Participação de jovens em consórcio cresce 120%
Por :Aline Bosio
O número de jovens que adquirem cotas de consórcios tem crescido ao longo dos anos. Dados da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) apontam para um crescimento de mais de cerca de 120% de pessoas entre 20 e 30 anos entre os anos de 2006 e 2010. Atualmente as pessoas nesta faixa etária representam 22% do total de consorciados.
Para o presidente regional da Associação no Estado de São Paulo, Luiz Fernando Savian, este cenário demonstra maior preocupação dos jovens com o futuro e o planejamento financeiro, além de ser um indicador de que a economia do País está mais consolidada.
“No passado, normalmente era o pai que se preocupava em juntar dinheiro para comprar um carro ou um imóvel para o filho, por isso que as pessoas acima dos 40 anos eram sempre o maior público nos consórcios. Hoje este cenário mudou, o que mostra que os jovens estão cada vez mais independentes e preocupados com o futuro”, explica.
A mesma opinião é defendida por Elaine Alves de Oliveira, gerente da Racon Consórcios (unidade ABC). “Clientes entre 19 e 22 anos estão despontando cada vez mais. Creio que isso seja resultado de uma educação financeira mais forte dentro de casa”, acredita. “Além disso, muito jovens só conseguem juntar dinheiro se isso for uma obrigação”, destaca.
Oportunidade
A auxiliar de escritório Amanda da Silva, de 25 anos, viu no consórcio uma oportunidade de planejar o futuro. “Sou uma pessoa que gasta muito, então não consigo guardar dinheiro se não tiver um compromisso de pagar um boleto todo mês”, revela.
Há um mês a jovem de Santo André deu início a um consórcio de imóvel, com duração de 150 meses. “No próximo ano quero começar um de automóvel”, completa.
Perfil
Levantamento apresentado pela ABAC em fevereiro deste ano aponta que 27% das cotas vendidas são destinadas à compra de imóveis, seguida por automóveis (20%) e motos (18%). Quando a separação é por classe social, a classe B lidera a procura por imóveis (84%) e carros (64%), enquanto a classe C desponta nas motocicletas (71%). Os consorciados com idade entre 20 e 29 anos representam 43% dos cotistas de motocicletas, 22% de automóveis e 12% de imóveis. Os homens são a maioria em todos os segmentos.
Professor diz que modalidade é meio de fugir dos juros
O consórcio é uma boa opção para quem quer adquirir um bem em longo prazo e fugir do financiamento. Além de sair mais em conta – uma vez que não há incidência de juros, e sim uma taxa de administração que normalmente é inferior à Selic (taxa básica de juros) -, David Heidorne, professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo, explica que outra vantagem do consórcio é não ser tão burocrático quanto a obtenção de uma linha de crédito.
“O financiamento é mais voltado para quem tem pressa e, por isso, acaba sendo mais caro. Já o consórcio é para quem não quer o bem rapidamente. Porém, quem possui mais recursos pode conseguir dar um lance e ter a carta de crédito mais rapidamente, sem contar com o fator sorte, uma vez que o consorciado pode ser sorteado a qualquer momento”, explica.
Cuidados
Um dos cuidados que os interessados em adquirir cotas de consórcio devem ter é com o valor da carta de crédito. “Quando a pessoa interessada em um imóvel, por exemplo, entra num consórcio, projeta comprar uma casa num valor determinado. Porém, quando terminar o consórcio ou for contemplado, o imóvel pode ter sofrido uma valorização muito grande”, destaca.
Fonte: Repórter Diário
Data da Publicação: 06/08/2011